segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Barcelona, uma cidade festiva!

Após 20 horas de viagem (check-in, vôo, conexão com atraso, novo vôo e pouso) enfim chego a terras catalãs. Não antes de enfrentar a fila para sair da aeronave. Todos com pressa para chegar ao local de recuperação das malas, no meu caso uma pequena e essencial mala. No caminho percebo pessoas com terços, entoando mantras e outras mandingas:
- Se Deus quiser e ele há de querer, minha mala não será extraviada!
Após a esteira começar a rolar começamos a perceber a comemoração das pessoas, quase um gol do Mengão num Maracanã lotado. Gooolll!!! Minha mala apareceu... Sufoco deixado para trás consigo ver a grandiosidade do aeroporto de Barcelona. Nunca estive num lugar tão grande! Nem consegui ver o final das esteiras. Deviam existir umas 15 delas.
Saio do ambiente restrito aos passageiros e há uma multidão esperando. Diversas plaquinhas com nomes de pessoas que chegam. Confesso que sempre as leio! Ninguém de novo! Mas quem haveria de ser? Desta vez não há alfândega. Sou apenas um cidadão normal que viaja pelo mundo. Não importa de onde venho e nem para onde vou...
O primeiro grande desafio foi descobrir como chegar ao hotel. Parecia difícil, mas não foi. Ônibus direto para a Plaza Catalunya, referência para a minha hospedagem. Poucas pessoas no ônibus e em poucos minutos a confirmação, todos brasileiros. Esperei a deixa para entrar na conversa:
- Será que vai ter jogo do Barça?
- Segunda à noite, respondi rapidamente e sem pensar.
Pronto! Se quer fazer amizade em qualquer lugar do mundo é só falar em futebol. Exceções são as amizades femininas ou aqueles caras que não tem time e torcem apenas para o Brasil ou só gostam de vôlei. Essa intervenção gerou companhia para os jantares em todos os dias. Cardiologistas cariocas e muito legais. Eram mais velhos, mas quando a coisa ficava feia era simples:
- O jogo do Barça vai ser fantástico! Resolvido...


Chegando à Plaza Catalunya, o segundo grande desafio, achar meu hotel. Fácil novamente! Os policiais sempre muito cordiais, falavam inglês e tinham mapas da ruas dos arredores. Passada a apreensão das malas, transporte e de como encontrar o hotel, começo a prestar atenção ao mundo que me cerca. Barcelona é fantástica ao primeiro olhar. O clima da cidade (não estou falando de chuva, sol, calor ou frio) é alegre e festivo. A arquitetura é um capítulo a parte. Percebemos que trata-se de uma cidade com uma forte carga cultural e eles orgulham-se disso.
Quando cheguei ao hotel tive uma agradável surpresa. O quarto era simplesmente genial! Camas confortáveis e banheiro com hidromassagem. Tudo que eu precisava após a longa viagem. Agradeço ao Wing por ter feito que eu ficasse com o quarto duplo...


Após um merecido descanso saí para um passeio pela cidade. A Plaza Catalunya ferve de tanta gente. Vou seguindo a multidão meio sem rumo e entro numa das grandes atrações: Las Ramblas! Uma simples rua com uma infinidade de artistas, vendedores, turistas, atrações, restaurantes, batedores de carteira e dependendo da hora o nível vai caindo...



A rua vai terminar na zona portuária bem na estátua de Colombo. Pelo meio do caminho encontramos o Mercat la Boqueria que é uma tentação para todos os gostos. Tudo muito colorido! Resistir é praticamente impossível! Após diversas comidinhas, estava de volta à muvuca... Obs.: antes que me perguntem, o cara que parece posar para foto é apenas uma pessoa comum passando bem na hora errada.




No final da rua chegamos à Rambla del Mar e Maremagnum, uma espécie de shopping com diversas opções de restaurantes. Bom lugar para tomar umas cervejas de alta qualidade.


Não dá para parar em Barcelona, manhã, tarde ou noite. Durante o período em que estive por lá minha agenda estava sempre lotada. Turismo, cultura, arquitetura e claro, a gastronomia. Só indo lá para ter noção! Tapas, pintxos, cañas... Podem ficar com água na boca! As praias são bem diferentes das nossas e tem uma atmosfera de paz e tranqüilidade muito legais. Não cansei de almoçar sentado em bancos à beira-mar.


Fora a diversão, o congresso. Parecíamos ETs dentro dos metrôs e trens. Digo parecíamos porque havia cardiologistas para todos os lados. Após o café da manhã, conseguia me convencer a ir ao evento. Calça jeans, camisa mais arrumadinha (pareço minha mãe falando) e sapato. Bastava entrar no metrô para ter a completa sensação de que estava indo ao lugar errado. Os “normais” estavam indo à praia, algo compreensível com o clima (agora estou falando de chuva, sol, calor ou frio) em torno de 35 graus Celsius. O congresso foi interessante!



No dia do Jogo do Barça, tudo acertado. Marquei com meus novos amigos um local para partirmos para o grande jogo. Não apareceram... Tratei de correr (de metrô) para o Camp Nou. Não tinha ingresso, mas resolvi arriscar. Chegando lá, cara de quem tá procurando por alguma coisa, não tardou a aparecer o tão conhecido cambista. Conversamos num mistura de português, inglês e espanhol. Acertamos o preço e aí fiz a pergunta básica: É garantido?
- La garantia soy yo! Putz, não devia ter perguntado. Decidi seguir em frente. Tirei o dinheiro e aí a surpresa. Só pagaria depois que estivesse dentro do estádio. Até os cambistas do primeiro mundo são diferenciados. Ainda fiquei num lugar fantástico! Goleada do Barça para cima do Sporting Gijon. Valeu o ingresso!


Gente do mundo todo, turistas. Aproveito para dizer que se quer tirar uma foto interessante, sigam os japoneses. Eles sempre conseguem o melhor ângulo! Gente de todo o mundo tentando ganhar a vida no primeiro mundo. Africanos vendendo bolsas de marca contrabandeadas e com um esquema de fuga da policia impressionante. Testemunhei em pelo menos duas ocasiões. Numa delas estava fotografando algo por perto quando um deles veio em minha direção gritando: - No, no, no... Segundos de tensão. Só susto! A prostituição à noite também é bastante explícita e incômoda. Mas isso não é diferente do nosso país...
Não me deterei em descrever monumentos ou atrações, mas preciso falar: Gaudi era um cara muito louco! Conhecer suas obras nos dá a impressão de estarmos num desenho animado. Coisas de Smurfs ou João e Maria.


Não apreciei de fato, mas tenho que admitir que estava à frente de seu tempo (morreu em 1926, atropelado por um bonde em frente à Sagrada Família que ainda está em construção).






Não me lembro de algum lugar que não tenha gostado. Terminado o passeio, fica a certeza de um retorno breve à esta terra tão festiva.

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