Acordamos cedo, pois o dia seria cheio. Hussein já estava à nossa espera quando descemos. Primeira parada: Jeita Grotto. As cavernas (upper e lower) foram candidatas às 7 maravilhas da natureza, porém acaboram fora da grande final. No caminho íamos nos perguntando o que uma caverna no meio do Líbano poderia ter de tão especial para ser um dos destinos turísticos mais apreciados do país.
É interessante visitá-la logo cedo, evitando as grandes excursões de estudantes libaneses e suas repetitivas perguntas aos estrangeiros:
É interessante visitá-la logo cedo, evitando as grandes excursões de estudantes libaneses e suas repetitivas perguntas aos estrangeiros:
- Hello! Where are you from? What's your name?
Compramos os ingressos e subimos de teleférico até a caverna superior. Para os que tem medo de altura, posso afirmar que o passeio é bem tranquilo e rápido. Bastou começarmos a entrar que nossas dúvidas desapareceram. Infelizmente não é possível entrar com câmeras fotográficas e existe um armário com chaves onde é preciso deixá-las. Após o passeio pela caverna superior seguimos para a parte de baixo, lá é possível dar uma voltinha num barquinho. A iluminação faz o espetáculo da natureza ainda mais interessante. As fotos que aparecem abaixo foram tiradas de sites de divulgação do lugar.
Após a visita às cavernas é só esperar para pegar um bondinho e retornar ao estacionamento, ou como nós fizemos, descer andando e apreciando o local. A distância é curta e na descida todo santo ajuda, né?!
Mais uma pequena viagem até o local onde pegaríamos o teleférico rumo à Nossa Senhora do Líbano (Harissa é o nome da montanha onde ela se encontra). Esse sim é um desafio aos que tem medo de altura! É alto, alto, muito alto! O início da subida fica em Jounieh, uma cidade vizinha à Beirute, famosa pela badalada noite. A julgar pelas propagandas dessas "festas" podemos dizer que o santo e o devasso estão em constante harmonia na cidade...
A estátua da Nossa Senhora do Líbano é majestosa, bela e a posição em que foi colocada, com o sol brilhando logo por trás, gera um clima um tanto quanto místico... A visão que temos lá de cima é privilegiada e dispensa comentários!
Ficamos um tempo, contemplamos a paisagem, observamos a fé das pessoas que se apertavam para tocar os pés da Santa e descemos no teleférico retornando até o ponto de inicial.
Seguimos para Byblos, antigo porto dos fenícios. Acredita-se que a cidade seja a mais antiga continuamente habitada no mundo. Haja história! O pontos mais visitados são o porto, o centro antigo, o castelo e o velho souk. Gostamos muito da cidade! Alegre, movimentada, bonita... Se não fossem as comidas e a fisionomia dos locais, poderíamos dizer que estávamos em qualquer cidade européia à beira do mediterrâneo. A beleza da cidade atrai muitos noivos e suas fotos pré-nupciais. Almoçamos no Chez Pepe. Comida gostosa, bom preço e bem servida. Fica logo no porto, primeiro lugar que visitamos.
Almoçamos e continuamos nossa visita pelas ruelas da cidade. O castelo não tem nada demais, é um castelo como outros tantos que podemos ver por aí, mas os arredores são belíssimos, desde construções antigas com o mar mediterrâneo logo ali atrás, praias badaladas, pescadores e esportistas alucinados em seus jet skis...
Hora de dar uma voltinha pelo velho souk e voltar pra casa…
No caminho o Hussein foi nos falando de bons lugares para tomar uma cerveja à noite e nos deixou no centro de Beirute. O lugar foi totalmente reconstruído após a guerra civil e o esquema de segurança ainda é muito forte por lá. Cada vez que nos aproximávamos da sede do governo éramos revistados e observados em nosso trajeto. Uma cidade linda, com tanta história, tomado pelo medo... Triste! A mesquita Mohammad Al-Amin é belíssima e é possível entrar respeitando as tradições islâmicas, ou seja, descalço e com vestimentas adequadas. A Place L'Étoile é um ponto de encontro da juventude libanesa e está a poucos metros da sede do governo. O relógio rolex é um atrativo, mas confesso que a praça em si é muito mais interessante e agradável.
Na volta ao hotel, passamos pelo souk de Beirute, totalmente revitalizado e moderno com lojas de marcas, muito diferente de outros países árabes que já conheci. A população reclama, afinal a revitalização parece ter deixado de lado a cultura local. Não é um lugar para o povo do Líbano!
À noite saímos pelo lugares recomendados pelo Hussein. Sendo bem sincero, me senti exatamente como no Brasil com a exceção que não fiquei com medo de andar nas ruas escuras... Povo alegre, jovens garotos dando em cima das meninas sozinhas, muita bebida alcoólica e o grande show da noite: briga! Exatamente como no Brasil! Um fala uma coisa, outro revida e em instantes e bem ao nosso lado, socos, chutes e um garoto caído no chão... Após alguns segundos, levantou e se foi. Mais tarde voltou e tirou onda com os caras que o tinham nocauteado. Louco? Corajoso? Guerreiro? Será que temos solução?
Hora de voltar ao hotel, dia seguinte teríamos os momentos mais tensos da viagem: Anjaar, Baalbek e pra terminar bem, Chateau Ksara. Seria prudente chegar tão perto da Síria? Apostem suas fichas...