quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Egito - último dia no Cairo

Último dia no Cairo. Seria um dia bem cheio até nossa partida para Luxor. Após o café da manhã, Mohamed já nos esperava para iniciarmos o passeio. Fim de feriado e começamos a conhecer um pouco da verdadeira rotina da cidade. Trânsito de enlouquecer qualquer um.
Nossa primeira visita foi ao Museu do Cairo. Não é permitida a entrada com câmeras fotográficas no museu. Para quem não quiser deixar no hotel, existe um guarda coisas no local. Como não somos grandes adoradores de museus, fizemos a previsão de aproximadamente 2 horas de visita. Existe uma quantidade de história inestimável lá dentro, porém a forma como é guardada é de dar arrepios! Vidros quebrados, empoeirados, sem qualquer classificação ou explicação. É assim que a imensa maioria dos objetos se encontram. Os únicos artigos que trazem um pouco de grandiosidade são os encontrados na tumba de Tutankhamon, como a máscara de ouro que ocupa um lugar de destaque em uma sala climatizada. Não foi um grande faraó, porém ganhou fama por ter reinado durante sua adolescência e por sua tumba ter sido descoberta quase que completamente intacta. Alguns fatos estranhos e a morte de alguns dos participantes da expedição geraram a tão falada "Maldição do Faraó" após a abertura de sua câmara funerária.
O museu é grande e rico em história. O importante é tentar não enxergar o presente de como as coisas estão e tentar entender a grandiosidade de um passado tão distante...





Ao sairmos do museu demos de cara com um prédio governamental destruído e incendiado durante a revolução da "Primavera Árabe". Interessante dizer que foi um dos lugares mais bem policiados que encontramos. Vimos outros prédios incendiados, um deles ao lado do nosso hotel!




Mohamed já nos esperava no local combinado. Partimos em direção à cidadela. O local foi fundado por Saladino e foi sede do governo egípcio durante muitos anos. Encontramos diversas mesquitas, entre elas a de Mohamed Ali (não é o lutador de boxe), o museu militar e uma vista panorâmica do Cairo bem privilegiada. Notamos que é um lugar onde as famílias vão passear, passar um tempo juntos. Mais uma vez viramos celebridades e fomos fotografados diversas vezes, dessa vez apenas de longe...













Terminado o tour pela cidadela, saímos em direção a Khan el Khalili, uma imensa área comercial onde poderíamos comprar algumas lembranças. A primeira coisa que veio à cabeça quando descemos do carro foi: 25 de março em época de natal! Totalmente caótico! Ruas lotadas de gente, fumaça de restaurantes e gritaria por todos os lados. A experiência é interessante e os preços muito convidativos, mas vá disposto a barganhar como nunca! Ofereça 1/4 do preço inicial. Seja firme, insista, desista e vire as costas se o vendedor não concordar! Pode ter certeza que irá atrás de você. Se não tiver interesse em comprar, faça um favor a si mesmo: não pergunte o preço! Sua tranquilidade vai para o espaço rapidinho!






Após o exaustivo treinamento de negociação pedimos para Mohamed nos levar a um típico restaurante egípcio. Fomos a um fast food chamado Gad. Inicialmente o cardápio não ajudou muito, mas quando perceberam que o Rodrigo não era egípcio (pela milésima vez em alguns dias) nos trouxeram um que estivesse escrito em inglês. Comida simples, gostosa e barata...


Voltamos ao hotel para pegar nossas malas. Agora sim estávamos no verdadeiro caos do Cairo! Carros para todos os lados, buzina, pedestres malucos atravessando a rua, nenhum semáforo funcionante. O verdadeiro clima da cidade! O segredo para atravessar a rua é: coragem! Dê o primeiro passo e siga sempre em frente, os carros desviam... Passamos o resto da tarde no trânsito até o hotel e depois até a estação ferroviária! Importante salientar que compramos as passagens para o trem na estação do centro do Cairo, porém o trem turístico sai da estação de Giza. Saia com tempo de sobra.
Hora da despedida. Mohamed foi fantástico com a gente. Cobrou preços justos, dirigiu com cautela, nos protegeu de algumas enrascadas, deu dicas de como enfrentar certas situações, falava um bom inglês e levava frutas e água mineral para nos oferecer todos os dias. Isso realmente fez a diferença!
A estação ferroviária não é um lugar dos mais belos e a única lanchonete não parecia das mais confiáveis. Tomamos refrigerantes e esperamos o trem! A Roberta já estava desesperada. Era cada trem que passava... Tranquilizei, afinal era um trem de 1ª classe! Quando embarcamos não tenho certeza se a situação melhorou muito. Beliche, pia na cabine e banheiro no corredor. A comida estava muito gostosa! Era relaxar e esperar a chegada em Luxor. Não vi policiais no trem e isso me preocupou um pouco, afinal estávamos num trem só para turistas, viajando pelo Egito e numa época um tanto quanto conturbada. Perdi algumas horas de sono até perceber que não havia nada a fazer...






Fomos deixando o Cairo para trás... Um lugar fascinante e mágico, de uma grandiosa história misturada com o caos urbano e de exploração sem controle do turismo. Pessoas simpáticas e generosas e outras nem tanto. Novas concepções e muitas desilusões... O sono foi chegando e todo aquele turbilhão de sentimentos foi ficando...
Luxor, Luxor! Hora do café da manhã. Ao desembarcarmos, milhares de taxistas à nossa espera e brigando centímetro a centímetro por nossa atenção. Escolhemos um aleatoriamente. Nosso hotel não era uma maravilha, mas tinha o conforto necessário para um bom descanso antes de nossas próximas descobertas...

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