Acordamos às 4 horas da madrugada e pegamos uma van até Mollepata. Foram em torno de 3 horas de estrada. Tomamos um café bem simples, mas gostoso. Terminado o café, partimos para a típica apresentação do grupo. Um a um fomos nos apresentando e quando chegou a vez do Joalbo: My name is Jon, from Brazil! Jon sem H mesmo, apesar do protesto de alguns... Ficaria mais fácil para os gringos. Nosso grupo era composto por 13 aventureiros e 2 guias, além da equipe de apoio que levava as barracas, comida e água. Jon (Brasil), Jean (suiço falsificado), eu, Glenn (brasileiro com nome gringo), Sharon (Irlanda), Issyn e Ben (Austrália), Simon e Elfi (Áustria), Emma e Martha (Inglaterra), Fernando (Chile), Vitto (Peru) e os 2 guias Oscar e Reynaldo. Logo no início alguns quiseram saber qual seria o dia mais duro. A resposta do Oscar foi imediata: "a partir de agora, viveremos um dia de cada vez! O amanhã não importa!" Na nossa partida já podemos ter certeza de 2 coisas: teríamos belas paisagens para curtir e longas subidas para penar! Estávamos a aproximadamente 2.900 metros acima do nível do mar! E subindo... Nossa vida definitivamente não seria fácil! Decidi fazer meu ritmo, sempre no final do grupo com o Jon.
A cada metro percorrido tínhamos que ir tirando os casacos e camisas que estavam por baixo. Caminhávamos basicamente por estradas de terra, porém para cortar caminho, pegávamos trechos que apesar de bem mais curtos, eram bem mais íngremes! Foram 3 meses de preparação, mas a sensação que eu tinha era de que era o mais sedentário e pesado dos seres naquele momento! Mentalização é a palavra! Acreditar e seguir o ritmo mais adequado para si. Arrepios quando o guia gritava: shortcut!
Algumas horas mais tarde, após uma longa e tenebrosa (mais uma) subida, chegamos ao primeiro ponto de apoio. Há diversos em toda a trilha e não tivemos necessidade de usar (nem levei) pastilhas para purificação da água. Esses pontos tem água mineral, refrigerantes, gatorade, salgadinhos, chocolates, cerveja... Nesse momento não sei qual foi o melhor sentimento: saber que descansaria um pouco mais ou avistar pela primeira vez Humantay, montanha que fica logo a frente de Salkantay.
Logo em seguida nosso querido guia Oscar chama para continuarmos a jornada. Mais um trecho de subida pesada e depois tudo ficaria mais tranquilo. Eu e o Jon na parte final, Glenn e Jean na frente a mil acompanhando os incansáveis austríacos! Nossa desculpa era parar para fotos!!!
Quando chegamos em um certo ponto, encontramos o pessoal de apoio, entre eles o cozinheiro Soldado, que já estavam com nossa comida praticamente servida. Suco de laranja, sopa como entrada e frango com ervas no prato principal! Deliciosa! Para finalizar, sempre o chá de coca!
Almoço finalizado, reiniciamos nossa caminhada rumo ao primeiro acampamento. Passamos por mais pontos de apoio. Único problema, quanto mais tarde você chega, menos você descansa... Nesse ponto o Glenn começou a sentir o mal da altitude e passou a ser mais um companheiro de fim de fila! Soroche! Estávamos próximos dos 3.900 metros acima do nível do mar! A temperatura foi caindo e precisamos colocar todas as roupas novamente...
Bem próximos ao acampamento, passamos por um hotel de luxo para aqueles que desejam fazer a trilha de uma forma sofisticada. Alguns deles aproveitavam a jacuzzi a céu aberto!
No trecho final, o Jean se juntou a nós, já com os primeiros indícios de bolhas nos pés... O Brazilian Team fez a entrada gloriosa no acampamento! Instalações de luxo para aventureiros exaustos!
Os guias malucos (tinham mais 2 grupos no acampamento) ainda conseguiram jogar uma partida de futebol bem disputada! Haja hemácia!!! Higienização com paninho umedecido de bebê e saimos para jantar. À luz de lanternas!!! Mais uma vez a comida estava maravilhosa! Descobrimos que um dos grupos tinha escolhido o nome Patchamamma, que significa Mãe Terra em Quéchua! Após muita dúvida acabamos escolhendo Chyrihuayras como nome para o nosso grupo. Brisa suave! Noite fria, dores musculares, dificuldade para dormir... Quatro da madrugada deveríamos estar de pé novamente! Seria nosso dia mais duro (é possível?), mas vamos vivendo um dia de cada vez...
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