sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Expedição Machu Picchu - Isla del Sol, Bolívia

Como já falei anteriormente, nossa programação foi mudada pelo fatídico dia extra em La Paz e pela fronteira fechada entre a Bolívia e o Peru. O ônibus até Puno levaria 9 horas ao invés de 3 e só estava saindo pela manhã. Abortamos de imediato a idéia de dormir na Isla del Sol, mas não desistimos de conhecê-la. Sacrificaríamos um dia em Cusco. Desta forma, poderíamos explorar com mais tranquilidade a ilha, que segundo a lenda, foi o berço do Império Inca. Partimos no primeiro barco do dia, por volta das 8 horas. A passagem custou 25 bolivianos (na beira do lago custa 20 bolivianos, mas compramos no hotel e incluia o transporte até o barco).
A Isla del Sol foi o local onde nasceram Manco Capac e Mama Ocllo, o primeiro imperador inca e sua irmã (e esposa) respectivamente. Lugar sagrado para o povo da região. O trajeto dura em torno de 3 horas. Inicialmente tudo é muito bonito, mas vai ficando bem entediante... Há opções de lanchas rápidas, mas o valor é muito mais elevado. O barco é bem simples com cadeiras pregadas de forma bastante improvisada...
O "capitão" vai conduzindo com seus pés, enquanto sua cabeça fica para fora para ver melhor para onde está indo... A paisagem é estonteante!






A primeira parada é por volta das 10 horas na parte sul da ilha. Quem desejar pode descer nesta parte, ela é mais povoada e com mais opções de hospedagem, ou seja, mais turística! O barco parte logo em seguida até a parte norte. De lá, retorna às 13h30 até a parte sul e daí em torno de 15h30 de volta à Copacabana. Não percam este último horário (alguns barcos partem um pouco mais tarde) ou terão que dormir na ilha. Na chegada ao norte, já nos espera um guia com papo de que vai ajudar, mas no fundo ele quer mesmo e ganhar seu dinheiro como a maioria dos que encontrar pelo caminho. Se quiser fazer seu tour de forma independente, acompanhe o guia até o museu, pague seu primeiro pedágio obrigatório no valor de 10 bolivianos e siga o fluxo. Não há como se perder!



Compramos água e lanche para o caminho e seguimos em frente. No início da caminhada temos a impressão de estarmos numa praia. Na parte norte, povoado Challapampa encontramos algumas ruínas incas como a mesa de sacrifícios (onde rolam uns rituais com  feiticeiros ou alguma espécie de pajé), o labirinto Chincana e a pedra sagrada. Além das ruínas, a todo instante visuais daqueles que valem a viagem!








Após visitarmos as ruínas tínhamos duas opções: partirmos para um trekking de aproximadamente 4 horas em direção ao lado sul e pegarmos o barco de lá ou esperarmos o barco para voltarmos numa fantástica e entediante viagem sem qualquer esperança de acontecimentos sensacionais. Alguém tem dúvida do que escolhemos? Não há necessidade alguma de guia nesta parte do caminho! É só seguir a estrada. Não tem erro, mas prepare o fôlego mais uma vez! Você vai subindo, subindo e quando pensa que está na parte mais alta lá vem outra subida e mais uma, mais outra... Parece que não vai ter fim!  E lembrem-se: a 3800 metros de altitude! No início é um pouco frio, mas o esforço e o sol tratam de esquentar rapidinho! Protetor solar (pele e labial), óculos de sol e muita água são fundamentais! No trajeto encontramos mais 3 postos de pedágio, mas um deles apenas verificou se já tínhamos pago no anterior. Cinco bolivianos cada. E a cada instante mais paisagens de tirar o fôlego! Indescritível o azul do lago!







E onde está o final dessa subida? Nosso treino para Machu Picchu começou a revelar algumas coisas... 1- Apesar do preparo físico, a altitude derruba! 2- As calças impermeáveis que compramos iriam nos matar de calor, apesar de respiráveis! Quando finalmente começamos a descer, foi essencial a presença dos bastões. Os joelhos sofrem um bocado! No final, fizemos a trilha em aproximadamente 3 horas e meia. Tiramos fotos com a "Lhamita"... Não por vontade de tirar fotos com a "Lhamita", mas para ajudar as famílias que vivem disso por lá... A menina da foto cobrou 1 sol. Descemos uma enorme escadaria e por fim chegamos ao porto da parte sul! Trekking finito!




Descansamos um pouco e pegamos nosso barco de volta à Copacabana. Estávamos quase lá e de repente o "Capitão" começa a nos levar para outra direção... Surpresa! Ilhas flutuantes para turistas! Já tinha ouvido falar das de Puno, mas essas foram o fim da picada! Ainda mais após um dia extremamente cansativo! Pelo menos não demoramos muito no local...



De volta à Copacabana! Hora de conseguir um meio de viajar a Puno no dia seguinte... Andando pela cidade descobrimos a opção de ir num barco com duração de 9 horas... Resolvemos insistir na procura e como por milagre encontramos a Dunya! A única na cidade inteira a vender barcos rápidos para Puno!!! Quatro horas de viagem! Após pesquisarmos um pouco fechamos com ela. Voltaríamos no dia seguinte às 10 horas e de lá seguiríamos com ela para a fronteira. Ficou bem mais caro, mas conseguiríamos chegar em Cusco na manhã anterior à saída de nossa trilha para Machu Picchu. Problema resolvido, decidimos beber umas cervejas num pub com música ao vivo. Abordagem do barman ao chegarmos: se quiserem fumar algo, sejo o que for, é só me chamar! Já me imaginei preso na Bolívia por não ter feito nada, mas estar no lugar errado... Bebemos umas cervejas, o Jean e o Joalbo jogaram sinuca e voltamos ao hotel. Dia seguinte tínhamos um dia de aventura pela frente!

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