quarta-feira, 12 de maio de 2010

Istambul - Constantinopla - Turquia

Após 31 horas de viagem entre embarque em Brasília, conexão em São Paulo e Amsterdã, meu avião finalmente pousou em Istambul. Era por volta de 1h da madrugada e o clima estava bastante agradável, temperatura de 10 graus Celsius. No controle de passaportes começou o suplício. Só haviam 3 oficiais e pareciam estar com muito sono ou vontade de nos irritar frente a demora em liberar cada passageiro. Percebi que existiam alguns homens por trás dos guichês e olhavam insistentemente para todos os passageiros. Não me importei muito com isso. Quando faltava apenas 1 pessoa na minha frente, um daqueles homens entrou no guichê do oficial em serviço e não demorou muito. Passados alguns minutos, a minha vez. O agente olhava para o passaporte e para mim várias vezes (cara-crachá-cara-crachá...). Após uma eternidade, tempo muito maior que o habitual àquela altura, o carimbo tão esperado. Fui direto à recuperação das bagagens (pequeninha e única como sempre) e saí em busca da plaquinha que estaria a me esperar. Nada de plaquinha! Em alguns segundos fiquei a imaginar como seria minha jornada em busca de transporte até o meu hotel. Uma e trinta da madrugada! Nem deu muito tempo para imaginação. Encosta um jovem e mal encarado turco, mostra algo que parecia um distintivo e diz com toda calma e de maneira a não deixar ninguém mais perceber:
- Polícia! Siga-me. Controle de bagagens.
Ninguém merece! Pelo menos ia ter companhia até o amanhecer... Felizmente o local para o qual ele me levou era no meio da aeroporto, onde qualquer um poderia me ver. Neste momento, surge o tal cidadão que tinha entrado no guichê momentos atrás, agora sabidamente um policial turco à paisana. Não falava nada de inglês e chamou um policial velhinho para ser meu intérprete. A comunicação não foi das melhores...
- O que está fazendo aqui? Faz o que no seu país? Quanto tempo vai ficar? Tá trazendo quanto de dinheiro?
Minhas explicações pareciam não ter muito efeito. Revistaram toda minha mala, desmontaram minha câmera fotográfica, me fizeram mostrar todo dinheiro que tinha... Após 1 hora se convenceram que eu era bonzinho! Não é que o cara da plaquinha resolveu aparecer?! E também falava muito pouco de inglês.
- Smoke? Tip for driver! Limitou-se a isso. Limitei-me a sorrir. Tip? Tá brincando, né?
O hotel, situado no bairro de Sultanahmet, ficava a 20 minutos do aeroporto. Fica na parte européia de Istambul, local mais histórico dessa fascinante cidade. É o bairro ideal para quem quer estar bem próximo aos monumentos e deseja se locomover preferencialmente a pé. Cheguei ao hotel (na verdade era um albergão daqueles com dormitório e banheiro coletivo, mas fica mais grandioso falar hotel) e descobri que estaria sozinho naquela noite. Era tudo o que eu sonhava! Dia seguinte começaria a explorar a capital do Império Romano do Oriente. Pela imagem noturna já deu para perceber que seria uma dia e tanto!


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