sábado, 16 de outubro de 2010

Dubrovnik - pedaços de um paraíso dilacerado!

Escolhi esse destino pelo site da easyjet (www.easyjet.com). Queria um lugar bonito, diferente e com passagem a um preço acessível. O nome me chamou a atenção, mas somente após iniciar minhas pesquisas descobri que se tratava de um lugar bastante badalado, um novo refúgio de verão para os europeus. Um fato me deixou curioso: como seria estar num lugar que há apenas 19 anos foi palco de uma das guerras mais sangrentas e atrozes e que culminou com a divisão da antiga Iugoslávia? Como seria a receptividade de sua população? Não demoraríamos a descobrir...
Partimos de Genebra. Sem a sogra e sem a nossa pequena. Ficaram na casa dos parentes em Montreux. A aproximação já é um show! Paisagens exuberantes! Ao descer do avião, primeira certeza: não dá para entender absolutamente nada na língua deles! Nem imaginar seja lá o que for. Apesar disso, desde o primeiro momento até nossa despedida, todos falaram em inglês sem problemas. E quando falo todos, podem acreditar! Do mais novo ao mais velho.
Na saída do aeroporto já existem diversos ônibus que levam para a cidade, que fica um pouco distante. O nome do local onde deverá descer é Pile. Siga o fluxo que não tem erro. É uma estrada de despenhadeiros e com um dos visuais mais fantásticos em que já estive. É de tirar o fôlego!
O sol estava de rachar e fazer o caminho da parada de ônibus até o hotel não foi das tarefas mais agradáveis! Mochila nas costas (sempre ela) e carregando mala. Afinal, era uma nova lua de mel e o cavalheirismo estava a toda... Ao chegar no hotel, qualquer sensação de sofrimento foi recompensada. Havia planejado tudo direitinho, mas aquele hotel foi muito mais que qualquer expectativa! Nossa vista era, digamos assim, privilegiada!








Pausa para descanso e saímos em busca do primeiro boteco que aparecesse. Pivo!!! Impressionante a quantidade de línguas em que sei falar cerveja... Povo receptivo e alegre, contrariando minhas expectativas. A maioria perdeu parentes ou lutou na guerra, mas não há sinal disso. Pelo menos superficialmente... Dizem que ainda há minas terrestres pela região. Sabendo disso, sigam o conselho: Não façam trilhas ou se aventurem por lugares pouco frequentados sem orientação.
A cidade é um capítulo a parte! Toda murada, conserva bem sua história. A maior parte do que foi destruído na guerra já está restaurada. E olha que foi bastante. Impressionante! A cor do mar é indescritível e a temperatura da água, próxima à perfeição! A gastronomia também não deixa a desejar. O risoto negro não deve ser esquecido.





Decidimos dar uma volta na cidade por cima da muralha. É preciso pagar para isso, mas vale a pena! No final do dia sempre comíamos na cidade. Parece cidade de interior. Muita gente de tudo que é lugar. Restaurantes para todos os gostos. No último dia recebemos a visita de uma ilustre pessoa: Morgan Freeman. Estava lá para o festival de cinema da cidade e concedeu uma entrevista no nosso hotel. Assistimos de camarote! De graça!




A cada segundo vivido nossa sensação de que estávamos num lugar bastante próximo da definição de paraíso aumentava. Três dias... Pouco! Teríamos ficado mais, porém precisávamos ir atrás de nossa pequena.
O paraíso já não está mais tão dilacerado! Povo simpático, acolhedor, sofrido e sobrevivente! Esperança de que nenhum povo tenha que passar por tal sofrimento... Esperança de que tenhamos governos justos e que a ganância possa ser deixada de lado... Esperança de que a mãe não precise lamentar sobre o túmulo de seu filho querido, de que a menina não precise andar assustada entre estranhos em hospitais, de que a bandeira de cada país possa tremular em cada rosto sorridente, apenas sobressaindo-se às demais em momentos de festas esportivas... Pedir demais? Insisto em acreditar que não!




2 comentários:

  1. Excelente texto, Cacco. Eu estou me arrependendo de nao ter ido a Croatia:-(

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  2. Não se arrependa! Oportunidades surgirão!

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